quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A Primeira e Única Vez

Recentemente, terminei de jogar o jogo Outer Wilds. Um jogo indie de exploração espacial. Nele, finalmente ganhamos a licença de pilotar uma nave afim de viajar pelos planetas daquele sistema solar. O problema é, o sistema solar está morrendo, o sol está explodindo e levando tudo, exatos 22 minutos depois que decolamos. Depois de morremos, voltamos para o momento que ganhamos nossa licença. Presos nesse loop temporal de 22 minutos, no melhor estilo do filme Feitiço do Tempo.

Porque estamos presos naquele loop? Porque o sol está explodindo? Existe uma chance de salvar o sistema solar? Essas são umas das várias perguntas que o jogo faz a gente ter. Existe vários planetas para explorar e a sensação de medo, solidão e curiosidade é persistente durante toda jornada. Não posso falar muito mais do jogo, porque a experiência que Outer Wilds entrega brilha justamente no fato da pessoa não saber nada, de ir descobrir sobre o universo e as pessoas pouco a pouco e por si mesma.

Li alguém falando nos comentários do Youtube que Outer Wilds é o melhor do qual você não pode falar sobre. E um outro ainda que dizia que o jogo é a prova de que videogames são obras de artes, porque só um videogame poderia dar toda interatividade e imersão que o Outer Wilds dava. E eu lia aqueles comentários de maneira feliz, percebendo finalmente que eu queria mais do jogo, queria viver tudo aquilo de novo, queria continuar explorando, mas...

Eu não podia. Eu não ia conseguir.

Pelo menos, não com todas as surpresas, arrepios e choros da primeira vez.

A primeira e única vez daqueles sentimentos, estariam marcados para sempre em mim. Apesar disso, eles nunca mais brilhariam do mesmo jeito.  E fiquei de luto por isso.

Sabe aquele mesmo luto de quando você termina um bom livro? Ou aquele filme incrível que num instante virou seu preferido? Exato.

Foi aí que fiquei pensando. Quantas primeiras e únicas vezes eu queria ter de novo? Queria esquecer todo anime de Death Note e assistir de novo, só para achar tudo genial como na primeira vez. Queria esquecer Vingadores Ultimato só para me arrepiar todo ao ver os vingadores e o mundo se juntando contra Thanos.

Queria só ter o poder de viver todas essas emoções como se fossem a primeira vez.

Costumo ter dificuldades para dormir cedo e brinco que gostaria de ter um botão que me fizesse dormir num piscar de olhos. Eu gostaria também de ter um botão que apagasse memórias, que deixasse aquele filme, aquele jogo, aquele livro ser apagado da mente, só para poder viver ele de novo.

Mas enfim... só estou sendo uma criança birrenta, triste e enlutada depois de ver seu brinquedo preferido ser levado pelo vento.

Talvez o fato dessas experiências serem as primeiras e únicas é que tornem elas tão especiais. E eu talvez agora eu só esteja me conformando que elas nunca vão acontecer mais de novo. Embora pareça que eu estou terminando esse post triste, eu estou realmente grato por ter dito essa primeira e única vez.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Nunca?! Kkkkk

Cresci escutando a minha mãe falar que palavras têm poder. Que elas maldizem de maneira tão ferina, como podem abençoar de maneira tão graciosa. E eu sempre achei isso curioso, porque seguindo esse pensamento, todos nós somos donos de uma arma implacável. Arma essa que usamos de maneira cotidiana e descuidada, capaz de destroçar corações, quebrar relacionamentos e semear discórdia. Sim, elas podem fazer o bem, mas elas descem tão mais fácil quando diluídas no veneno.

E muitas são as palavras poderosas que amaldiçoam, mas a que mais me chama atenção é o “nunca”. E, meu querido, que palavra linda! Primeiro porque o “nunca” é ambíguo, cinza, neutro. “Ele nunca vai me deixar sozinha ou ele nunca vai mais voltar?”. Dependendo de como empregado, o “nunca” é capaz de dar fim a tudo! E é esse o segundo ponto pelo qual acho ela tão poderosa, é uma palavra que indica tempo, e tempo esse que é eterno.

Quando usamos o “nunca” queremos sempre expressar essa ideia de eternidade, de algo imutável. Sempre empregamos isso de modo tão convicto, que chega até ser engraçado. Como se seres efêmeros pudessem entender eternidade, como se seres de vontades tão inconstantes pudessem se manter imutáveis. Humanos não são capazes de usar uma palavra tão poderosa, não são capazes de usar todo o poder do “nunca”. E quando tentamos fazê-lo, o universo ri da nossa cara e nos devolve o “nunca” igual um tapa.

Quem nunca passou por isso?

Eu mesmo sempre disse que nunca gostaria de passas no arroz com galinha. Doce com salgado?! Não fazia sentido, era uma verdadeira atrocidade culinária. Até que o tempo me fez pensar que não fosse algo tão atroz assim, que havia algo singelo naquela pequena uva passa. Que ao mordê-la, uma explosão açucarada unia-se ao arroz numa harmonia culinária digna da mais perfeita ascensão divina.

Minha mãe também conta que, quando mais nova, ela era vizinha de um homem idoso chamado Deolindo. Quando escutava esse nome, ela sempre falava o quão feio esse nome era, mais do que isso, chegou até a dizer que nunca casaria com um homem chamado Deolindo. O universo riu dela e hoje minha mãe já tem vinte e sete anos de casada com um Deolindo.

Repito, humanos não são capazes de usar o “nunca”. É muito poder para mortais.

Cuidado com as palavras. Nunca perca o controle sobre elas. 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Entretenimento e suas Lições para mim

Oi, olha eu aqui no blog depois de mais de um ano!


A minha vontade hoje é de falar sobre entretenimento, ou melhor, o que você apreende com o entretenimento.

Como vocês sabem, gosto escrever, gosto de livros, gosto de ler. Mas tenho uma filosofia própria quanto ao que escrevo. Eu escrevo para entreter, sem nenhuma ambição de ensinar alguma coisa. Não tenho muita paciência para o entretenimento que tenta dar lição de moral, mas também não tenho nada contra. Apenas gosto de divertir as pessoas com o que escrevo, se por acaso eu ensinei algo de bom, ótimo, fiz mais do que o esperado.

— Mas, Neto, então você escreve para as pessoas perderem tempo? — pergunta Pyong.

Pode se dizer que sim. Acho que, essencialmente, isso é o entretenimento, não? Se assim não fosse, entretenimento não seria tão divertido.

— Acho que você está generalizando demais. — resmunga a raposa.

Posso estar, mas essa é a minha humilde opinião. Apesar de eu achar que não é uma total perda de tempo. Sempre há coisas no entretenimento que te marcam. O entretenimento é capaz de moldar sua personalidade, afinal o entretenimento é parte dos nossos hobbies.

— Neto, você está viajando muito...

Eu sei, Pyong, eu sei... É só que muitas coisas no entretenimento que me marcaram.

— Aposto que são coisas inúteis.

Não mesmo! How I Met Your Mother me ensinou que nada de bom acontece depois das duas da manhã.

— Isso me parece algo bem inútil de se levar para vida...

Em Jogos Vorazes, Katniss me ensinou a sempre se sacrificar pela família, porque ela é tudo que nos resta no fim.

— Isso seria incrível se todo esforço dela não tivesse sido em vão já que a irmã pequena foi explodida em mil pedacinhos.
Pyong!

— É só a verdade sendo dita! — ele ergueu os braços em inocência.

Muito bem, essa não tem como você manchar. No mangá de Nisekoi, Raku está confuso se gosta mais da melhor amiga de infância ou da menina que ele finge namorar.

— Triângulo amoroso... CLICHÊ!

Cala a boca e deixa eu terminar! Pois bem... Raku, que é o nosso protagonista, explica sua confusão ao seu melhor amigo, Maiko. Devo comentar aqui que Maiko é um palhaço que ninguém leva a sério, mas que é um grande amigo e dá um dos melhores conselho para Raku. Ele faz Raku pensar ao colocá-lo na seguinte situação: se você acha dinheiro na rua, se você ficou sabendo que vai sair a nova temporada da sua série favorita, ou mesmo se você finalmente conseguiu comprar o livro que tanto queria... quem é a primeira pessoa para quem você quer contar? Quem vier a sua mente, é a pessoa que você ama.

— Hum... — Pyong ficou pensativo. — É um método meio falho. As pessoas poderiam pensar na mãe, na irmã, alguém da família.

É claro que poderiam, Pyong, mas isso seria justamente para você pensar em alguém que não é da família.

— Ainda assim, é um método bastante simplista para descobrir se ama alguém.

Sim, Pyong, é simplista, é bobo, é infantil, mas faz todo o sentimento para mim. E me marcou. Vai dizer que não gostou?

— Não desgostei... — ele cruzou os braços, sem se deixar render.

Ah, Pyong...

Pensando bem agora, acho que não desgosto quando aprend
o algo com o entretenimento. Não quando é algo sútil assim, que está entrelaçado na história.

Pensando mais ainda, acho que não tento ensinar nada nas minhas histórias, pois não me considero alguém bom ou vivido o bastante para passar algum mensagem mais forte para a vida de alguém.

No fundo, acho que só sou um garoto que ri sozinho dialogando com uma raposa que é ele mesmo e que tenta despertar o lado bobo das pessoas, por gostar do seu próprio.

— Em resumo, você é um idiota! XD


Cala a boca... ¬¬

domingo, 29 de novembro de 2015

Um Olhar Juvenil sobre a Cultura

Eu estava ajudando a minha prima a fazer um trabalho da faculdade. Ela me incumbiu de ler quinze folhas para responder uma questão, sendo que a resposta de tal questão devia ter pelo menos duas páginas. Pensei: “Tenho quinze folhas para transformar em duas, isso vai ser fácil”.
Estava completamente enganado. Como diria meu irmão:
— Você foi juvenil, Neto.
E realmente fui. A questão me pedia o valor sociocultural da Cidade Velha na preservação histórica de Belém. A Cidade Velha é o bairro mais antigo de Belém, recheado de casas coloniais ao maior estilo português. Eu poderia muito bem ter respondido aquilo em dois ou três parágrafos, mas duas folhas? Duas?! Foi um desafio.

Exemplo de casas na Cidade Velha
Falei dos pontos turísticos do lugar, da herança lusitana na arquitetura e até da Baía do Guarujá, ressaltando a importância do rio no transporte. Ainda assim, só havia concluído uma página e um parágrafo. Entrei em desespero.
Não que eu não goste de história, longe disso. Eu adorava a matéria na escola, por vezes me pego no Wikipédia lendo a história de outros países e impérios apenas por curiosidade pelas culturas antigas. Só que dissertar um assunto que você não domina é complicado. E devo frisar que as quinze páginas de apoio que minha prima me deu falavam mais de um monumento histórico da Cidade Velha do que do próprio bairro em si.
Com bastante esforço, só não sei se com a qualidade devida, completei as duas páginas. Soltei um sonoro:
— Ufa.
Mas eu decidi que precisava findar o texto com uma frase sobre cultura. Procurei na internet se algum famoso havia falado algo que eu queria para poder citá-lo, mas não achei nada que se adequasse aos texto. Então decidi que eu devia fazer a frase.
Pensei de imediato:
Cultura é evolução
Só que eu falava de preservação cultural no texto e quando eu lia “evolução”, me vinha a ideia de que a cultura antiga devia ser deixada para trás. Afinal, se cultura é evolução a nova cultura é consequentemente melhor que a antiga. Não era essa a ideia que queria passar com o texto. Eu queria expor a importância de se manter as tradições antigas.
Então decidi colocar “preservação” no meio e emendei com outra coisa que veio na cabeça:
Cultura é evolução, mas também é preservação do que é e do que foi importante.
 Inicialmente eu gostei. Afinal, eu adoro a época em que eu vivo. A cultura atual tem suas grandes vantagens e acredito, que apesar dos pesares, é uma época boa de se viver. Então, a evolução da cultura é boa.
No entanto, eu também gosto de vivenciar a cultura de nossas antepassados e ver tudo que eles construíram. Não é segredo para ninguém de que sou fascinado pela época medieval com seus majestosos castelos, reinados e feudos.
Visto isso, eu decidi modificar a frase. Pois o termo “mas” fazia com que a evolução e a preservação da cultura se opusessem, quase como se um excluísse o outro. E, como já deu para notar, eu não penso que a cultura seja um ou outro, por mais que os termos “evolução” e “preservação”, num olhar mais profundado, sejam contraditórios.
E assim ficou a frase:
Cultura é evolução e também é preservação do que é e do que foi importante.
Sim, como essa simples mudança a frase ficou perfeito aos meus olhos. Ela resume e expressa tudo o que eu penso.
Bem, esse é o meu olhar juvenil sobre cultura. Porquê juvenil? Eu não sou doutor em nenhuma ciência, nem escrevo nada parecido com a tese que li hoje, por isso acredito que meu olhar seja simples, talvez ingênuo demais, por isso, juvenil.
— Ei, Neto! — disse a raposa vermelho no canto do meu quarto.
— O que foi, Pyong? — olho de soslaio.
— “Vamo mostrar cultura pra esse povo?”
Ele mostra o vídeo no celular:


— Top nos falsete, não, Neto?

— Eu mereço... -.-'

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

“As palavras têm poder”


A expressão do título é uma que não canso de ouvir aqui em casa e realmente concordo com ela, pelo menos em parte. Acho que as palavras têm esse tal poder dependendo do contexto e da pessoa quem fala.
— Discordo. — diz Pyong levantando a mão. — Ouvir que eu sou gostoso, lindo e maravilhoso seja de quem for, me deixa feliz.
— Bem, no meu caso, ouvir que eu sou gostoso me faz pensar que a pessoa me quer nu.
— Nojento ¬¬
Enfim, é a verdade. Certas palavras têm, sim, grande poder, e “gostoso” é uma delas. Afinal, se você chama uma mulher de gostosa, ela vai achar que é uma deusa, não?
— Ou uma periguete.
Talvez, Pyong. Mas ainda assim é um elogio.
— Bastante exagerado se for dado a você.
¬¬
— Desculpa, é só a verdade. u.u
Continuando... como escritor, tento buscar novas palavras e me acostumar com algumas outras. Mas até hoje algumas ainda me soam fortes ou estranhas demais. Uma vez estava escrevendo uma cena onde um vilão xingava a mocinha e bem, eu fiquei com receio de fazê-lo falar “vadia”. Logo pensei que era uma palavra forte demais. Na verdade, acho que me dói pela própria personagem. Então fiquei nesse dilema, usar ou não usar “vadia”?
Foi aí que perguntei pra um amigo o que ele achava. Ele disse que não via mal algum em usar “vadia” visto que era um vilão que falava. Com receio, até sugeri se “vagabunda” não seria melhor, mas ele ainda preferiu “vadia”.
Mas fiquei pensativo... porque eu acho “vagabunda” menos ofensivo que “vadia”? Não que vagabunda seja um elogio, mas na minha cabeça estava longe de ser tão desagradável quanto vadia.
Então fiquei pensando em outras palavras fortes que eu tinha receio de usar como “vadia”. Lembrei na hora do verbo “chupar”. Não acho só esse verbo forte, como tenho medo dele. Medo porque eu penso que as pessoas vão interpretar mal se eu usá-lo. Acho que penso isso, porque eu mesmo o interpreto mal. Só consigo pensar em safadeza quando ouço esse verbo, por isso eu tinha bastante preconceito em usá-lo. Graças a Deus, em uma das minhas leituras, descobri o verbo “sorver”, que tem o mesmo significado que “chupar” e me parece muito menos obsceno.
— Kris, eu acho que essa tal obscenidade está apenas em sua cabeça.
— O que quer dizer com isso, Pyong?
— Que você é um tarado.
— O quê?!
— Ainda não entendeu? Você não vai me forçar a desenhar esse tipo de coisa, não é, seu pervertido?
— E você é bem santo, por acaso?
— As loiras caem aos meus pés sem eu precisar dizer nada.
— As loiras, é? rsrsrs
— É claro! u.u Elas são as primeiras que dizem que me amam! São muito fáceis!
— Deixa uma loira te ouvir falando isso pra ver se não apanhar!
Mas o Pyong me lembrou de uma coisa, não só palavras são fortes, com o conjunto delas pode ser arrasador.
— Uau, eu te lembrei de tudo isso?
Sim, me lembrou que expressões podem ser poderosas. E uma delas é o “eu te amo”. Eu diria que essa expressão não é só poderosa, como também é enigmática. Pensando bem, poderosa nem tanto. O “eu te amo” está muito banal hoje em dia. Mas que ela ainda causa muito estrago, isso sem dúvida.
Uma vez uma amiga me contou que o namorado dela disse que a amava em uma semana de namoro. A reação dela foi “Ah, beleza”, talvez por não acreditar que ele pudesse a amar ainda ou quem sabe por não sentir o mesmo. Segundo ela, a declaração dele foi casual, como se ele não tivesse pensando no que dizia. A meu ver, no entanto, isso me faz crer que ele realmente a amava. Talvez por estar emocionado, o sentimento aflorou e a declaração de amor saiu facilmente.
— Ou seja, ele apenas falou sem pensar, deixando-se levar pelo momento a fim de conquistar mais uns beijos da sua amiga.
— Pyong, assim você estraga minha visão romântica da cena. ¬¬
— Que bom! XD
Mas infelizmente o Pyong tem razão. Nesse caso, o “eu te amo” foi interpretado pela minha amiga como prematuro e talvez até fosse. Mas imaginemos que esse garoto tivesse a amado às escondidas por meses e ela estivesse ciente disso quando ele declarasse seu amor por ela. A interpretação para esse “eu te amo” não seria ultra romântica?
— Espera aí. — intrometeu-se Pyong. — Está dizendo que não só a pessoa e o espaço pode influenciar o poder de uma palavra, mas o tempo também?
— Exato! E o maior e mais simples exemplo disso seria a palavra “saudade”.
Não estou dizendo daquela saudade de amigas falsas: “Ai, amiga quanto tempo! Senti sua falta! Que saudade, miguxa!”
— Kris, tô estranhando O.o
— Desculpe! -.-‘ Passou.
Enfim, saudade é um claro exemplo de quanto mais tempo tiver se passado, mais forte a palavra fica.
Ah, me lembrei agora da palavra “língua”. Tenho uma amiga que costuma usar muito o emoticon do smile dando língua e ela me faz lembrar constantemente dessa palavra. Acho que há uns anos atrás a palavra “língua” que causava certo receio, porque eu tinha medo que as pessoas achassem a palavra nojenta. Principalmente quando se eu usasse “língua” em “beijo de língua”. Até hoje tenho medo de usar a palavra “língua” em descrições de beijos nas minhas histórias com meio que me pensem que sou nojento ou tarado demais.
Mas a palavra “língua” é uma das quais com o tempo foi sendo amenizada em minha mente, assim como sexo. Antes eu achava que era proibido falar sexo. Eu me lembro que eu até lia como “secho”, achando que se falasse “sexo” iam brigar comigo. Contudo, hoje sexo não me soa tão abominável assim. Só não costumo usar a palavra nos meus livros por achá-la muito pobre poeticamente. Não que “fazer amor” seja super original, mas eu acho que há formas mais interessantes de se insinuar o sexo. Algo como “ela se entregou aos carinhos dele” ou “eles se tornaram uma só carne” é legal e até soa romântico, mas particularmente eu prefiro o “eles se desvirginaram”. Acho o verbo “desvirginar” cômico e isso me parece bem mais a minha cara.
— Kris, não quero ser chato...
— Você é sempre chato, Pyong.
— Sim, é meu trabalho, mas só que você não ajuda também. Começou o post falando do poder das palavras e que tal poder é influenciado pela pessoa que fala, pela forma que se fala e pelo tempo em que se fala e então foi pulando de um exemplo para outro e eu ainda não encontrei a coerência em nada.
Bem, realmente fui um pouco disperso demais. Mas o que eu quis dizer com tudo isso é que as palavras não têm poder.
— Hã?! Como é que é?
Eu fiquei pensando agora, Pyong. As palavras que saem da nossa boca não são nada mais que um conjunto de letras. Quem dá a elas o poder são as pessoas, as interpretações dessas pessoas. Logo as palavras não tem poder algum, mas tem outra coisa.
— E o que seria essa outra coisa?
Esperança. As palavras têm esperança. Quem diz ofensas têm esperança que elas firam a pessoa. Quem diz um “eu te amo” tem esperança de agradar a pessoa amada e ter o sentimento correspondido.
— Certo... — Pyong me olha confuso. — Como chegou a essa conclusão?
Não cheguei à conclusão nenhuma, eu apenas olhei pra mim e percebi o que as minhas palavras contêm. Minhas palavras não têm poder pra nada, Pyong, nem quando eu falo, nem quando escrevo. Elas têm apenas esperança. Quando eu estou escrevendo uma comédia, estou fazendo com a esperança de causar algum sorriso em alguém. Quando eu escrevo um drama, tenho a esperança de emocionar alguém. Quando eu falo que amo alguém, tenho esperança que a pessoa perceba o quanto é importante pra mim.
É justamente por estarem recheadas de esperança que as palavras não tem poder algum. Eu posso implorar para uma pessoa ler meu livro, mas eu nunca vou conseguir forçar a pessoa a ler. Eu posso dizer o quanto gosto de uma menina centenas de vezes, mas nunca vou conseguir fazê-la gostar de mim. Porque as palavras não fazem as coisas acontecerem.
— Elas podem até não ter poder para fazer isso, mas como disse, as palavras contêm esperança. Logo elas transmitem algo. Dizer que elas não fazem as coisas acontecerem é burrice. Por terem esperança, as palavras são como a ignição de um carro.
Continue, Pyong.
— A pessoa nunca vai saber do seu livro se você não pedir para ela ler. A garota nunca vai saber que gosta dela e se questionar se gosta também de você se você não se declarar a ela.
Hum... Tem razão, Pyong. As palavras então têm esperança e o poder de ignição de pensamentos e sentimentos.
— Quase isso.
Bem, acho que é por isso que tenho medo das palavras então. Porque eu nunca sei que tipo de efeito essa ignição pode fazer.
— É, acho que seu medo de ser mal interpretado, seu receio das palavras “poderosas”, é justamente o medo dos efeitos da ignição das palavras.
Pyong, minha cabeça já está doendo dessa conversa toda.
— A minha também, você me fez pensar e dizer coisas muito inteligentes.
“Coisas muito inteligentes”? Aonde que eu não vi?
— Humf! Nego-me a discutir agora! Minha loira me espera agora! Adeus! — Pyong sai do quarto.
Pensando bem, meu pai comprou umas cervejas hoje. Será que a loira do Pyong seria...? Bem, isso explicaria porque elas caem tão fáceis no “charme” dele. Rsrsrs
Enfim, se você não entendeu muito coisa do post, acredite, nem eu. Mas é como o subtítulo do blog diz: ainda estou tentando me entender. Rsrs
Até a próxima!
E que assim seja!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Tête-à-Tête


Particularmente, acho intrigante como algumas pessoas têm a facilidade de iniciar uma conversa com uma pessoa desconhecida, que você nem sequer foi apresentado antes.
Hoje mesmo, no ônibus, passamos ao lado de uma parede pichada, que dizia:
“CORRUPÇÃO E ALIENAÇÃO DIGA NÃO”
O homem na minha frente se virou para mim e falou algo. Como estava em um dos meus devaneios, perguntei:
 Hã?
Ele repetiu:
 Se esqueceram se colocar a vírgula antes do “DIGA NÃO”.
 É mesmo...  respondi.
Não me pergunte como, mas esse simples começo deu uma longa conversa que durou até eu saltar. Ele falou sobre ENEM que ele fez, perguntou se eu fiz, então nós começamos a falar de algumas questões e ele foi bastante gentil para me esperar falar quando eu começava a gaguejar. No final de tudo, ele perguntou meu nome, eu disse:
 Neto.       
 Prazer, Neto, sou Daniel. Boa sorte para você no ENEM!
E assim a animada e longa conversa. E o meu único pensamento era “Eu queria ter essa habilidade de falar facilmente com as pessoas”!  É INCRÍVEL COMO ELE FEZ ISSO! Tudo bem que para alguns isso pode parecer comum, mas eu achei extraordinário! Pelo menos a meu ver, é extremamente raro alguém começar a conversa no ônibus com alguém que você não conheça. Já ouviu alguém “Eu encontrei o melhor amigo da minha vida num ônibus”? É bem provável que não!
Mas meu ponto não é só esse, no início dessa uma senhora de idade avançada sentou do meu lado e começou a puxar conversa do nada. Ela perguntou minha idade e depois me mandou adivinhar a dela.
 62.  chutei.
 Quase, tenho 61. Mais que o triplo da sua idade.
Eu sorri, afinal ela também tinha um sorriso simpático.
Descemos na mesma parada e ela me abençoou em nome de Deus, agradeci e desejei o mesmo para ela.
Então, percebi que os idosos também tinham essa incrível habilidade de conversação. Pelo menos, os que conheço, sempre estão abertos a conversar. Tenho uma bisavó chamada Maria que um dia passou uma hora e meia apenas conversando comigo, contando da sua infância e a importância do estudo.
Conclusão: A arte do diálogo tête-à-tête ainda me é um mistério.
É tão fácil para alguns, principalmente quando você está falando com familiares ou amigos de longa data. Mas parece incrivelmente difícil para outros, especialmente quando você vai falar com aquela garota que faz seu coração pular.
 Você se inclui aí, Neto?
 Cale a boca, Pyong!
Enfim, a conversa ainda é chave para qualquer relacionamento. Admito que não eu seja grande coisa quando a missão é conversar, mas não estou disposto a desistir dela, vou continuar aumentando minha habilidade até que consiga iniciar e manter uma conversa saudável!
 Sério, Neto, não queria me intrometer...  disse Pyong já se intrometendo.  Mas você faz parecer que vive num Date RPG, onde tem que aumentar sua habilidade de carisma para poder ganhar a menina.
 Falando assim, você parece um grande conhecedor de Date RPG, anda jogando escondido, Pyong?
 Fique sabendo que jogo sim, mas não preciso aumentar minha habilidade de carisma, minha fofura derruba qualquer garota! Tenho foto para comprovar!


 Para mim está parecendo que você é quem foi derrubado!
 Isso não vem ao caso, eu tenho uma loira e você, não!  ele sorri vitorioso.  Simples assim!
 Quem disse que eu quero uma loira?
 Quem não quer uma loira?!
 Eu não quero uma loira!
 Você quer sim, uma loira!
 Tanto faz se é ou não é loira!
 Ahá, então agora diz que pode ser uma loira!
 Já chega, Pyong! Vou terminar o post, okay? Fique com sua loira!
 Sinta inveja da minha loira!
Bom... Às vezes eu me pergunto como as postagens sempre acabam com essas piadinhas. É um tanto que...
 Deprimente!  tornou Pyong.  É claro que seria deprimente, você está nelas!
Enfim, Pyong... ¬¬
Até a próxima e que assim seja!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Cabelos Brancos?!




O legal de ter um blog pessoal é que você pode falar de tudo que você quiser, a hora que quiser. Afinal, um amigo uma vez me disse que blogueiro só deve postar algo quando tem vontade e sente prazer nisso, e tive que concordar plenamente com ele. Inúmeras foram as vezes que me peguei perguntando se deveria postar ou não mesmo depois do blog estar parado tanto tempo.
Bem... decidi ignorar esse pensamento e cá estou!
Você deve estar se perguntando: o que esse garoto tem de interessante para falar? E eu respondo: EU TENHO UM FIO DE CABELO BRANCO! E você retruca: Oh, sério?! Aí eu digo: SIM! INCRÍVEL, NÉ?
- É sério que esse monólogo era para alguém rir? - pergunta Pyong com cara de poucos amigos.
Ora, ora, se não é a raposa rabugenta.
- Ei! Porque eu estou falando em um travessão?!
Porque estou com preguiça de colocar seu nome antes das suas falas e depois colocar em negrito e depois colocar tudo em vermelho.
“Preguiça é pecado!”
Ser ranzinza também deve ser, Pyong! Mas voltando ao assunto...
Meus pais acharam meu primeiro cabelo branco, rindo e logo comentando:
- Está ficando velho! Cabelo branco! Só pode ser de preocupação!
Nesse momento, fiquei pensativo. Meu primo mucuin de dez anos, chamado Raykar, tem muito mais cabelo branco do que eu. Por quê? Eu sei lá! Dizem que é por causa do perfume que ele gosta de jogar na cabeça.
Mas na verdade, essa foi apenas uma das coisas que eu pensei. A palavra “preocupação” reverberou na minha cabeça. Eu me perguntei se eu tinha preocupações. Quando a pergunta que eu deveria ter feito era: Quem não tem preocupações?
 - E que tipo de preocupações um adolescente como você teria? – questiona Pyong.
Meu estimado animal de estimação... é duro quando você está dividido entre um sonho e a realidade. De um lado, um adolescente sonhador que fantasia com o dia da publicação de seu livro. Do outro, um adolescente que constantemente é lembrado que precisa fazer faculdade, ganhar dinheiro para se sustentar. O que necessariamente não é algo ruim. O tal adolescente sempre acreditou que a realidade e fantasia podem viver em harmonia. Mas ele às vezes acha que a pressão da realidade é tão forte que ofusca seus sonhos.
- Hum... – Pyong me encara, confuso. – Porque está falando de você mesmo na terceira pessoa?
Obrigado por cortar o clima poético, Pyong! Além do mais, porque eu estou falando com você mesmo. Você é um animal!
- Eu sou um animal racional! – ele sorri em uma pose galã.
Que rima sem graça.
Bem... sobre o que falávamos?
- Cabelos brancos?
Sim, cabelos brancos! Quem conhece Terrara e já leu algum capítulo que postei no blog no passado, sabe que a Família Kristain é conhecida por ter membros de cabelos claros. Quanto mais branco for o seu cabelo, mas alto é seu grau hierárquico. Em Terrara, ou melhor dizendo, entre os Kristain, cabelos brancos são sinal de poder, que lhe conferem grande respeito.
Por causa disso, uma vez disse a uma conhecida que gostaria de ter cabelo branco. Ela me retrucou dizendo que eu teria, na velhice, e nós rimos. Sempre considerei cabelos brancos algo respeitoso. Não só porque eu via idosos e dizia que eles tinham que ser respeitados por causa da idade. Mas sim, por terem chegado até ali com todas as dificuldades e experiência que a vida trás com o tempo. Se chegaram felizes na velhice são outros quinhentos. Cada um de nós tem um arrependimento diferente.
Tem gente que diz que a idade não diz a maturidade da pessoa e devo concordar que não, mas quem chega a ter todo cabelo branco naturalmente, pelo menos ter vivido o bastante para dizer que a vida é difícil.
- Então está dizendo que ter todo cabelo branco determina o grau de vivência da pessoa? – Pyong me encara sério, o que me surpreende, me fazendo responder um genial:
Hã?
- Depois eu que sou o idiota! – ele resmunga, pegando uma garrafa de Coca-Cola e bebendo.
Vejamos... onde eu estava... ah, sim! Optei por dá cabelos brancos aos Kristain de Terrara, justamente pelo significado respeito que os cabelos brancos têm na nossa sociedade. Ou deveriam ter, já que muitos se esquecem que um dia também serão idosos.
- Mentirosa de araque! – Pyong rosna, limpando os pelos molhados de refrigerante ao redor da boca. – Você escolheu o cabelo branco para os Kristain só porque gosta de branco e achou legal!
Realmente, mas dar um tom cheio de significado por detrás dessa escolha soa muito melhor. Na minha concepção, fica muito bem justificado.
- Nem todas as escolhas precisam ser justificadas, elas só precisam ser tomadas.
OMG! PYONG FILOSOFANDO! O MUNDO VAI MESMO ACABAR EM 2012!
- Muito engraçadinho! – Pyong solta um riso irônico e depois bebe mais um gole da garrafa de refrigerante.
Mas gostei da frase, Pyong. Posso usar em uma das minhas histórias?
- Faça como quiser.
Obrigadinho, seu viad...!
- NÃO OUSE COMPLETAR ESSA FRASE.
É só brincadeira. (rsrs)
Vou ficando por aqui, meu prezado leitor. Sinta-se a vontade para comentar. Até meu próximo devaneio e que assim seja.

sábado, 10 de março de 2012

Sonho: é possível controlá-lo?


Sim, tem gente que consegue controlar. E isso se chama Sonho Lúcido, quando a pessoa está consciente do que está sonhando, muitas das vezes controlando o próprio sonho.
“Mas, Kris, porque está falando de sonho?”, você deve estar se perguntando.
É que hoje tive um sonho desse tipo. Estava dormindo - eu sei, isso é óbvio – quando o meu celular desperta cinco horas da manhã. Sim, eu tinha me esquecido de desativar o alarme. Mas, depois que eu dormir, comecei a ter consciência do que sonhava. É como se eu estivesse meio acordado e meio dormindo, difícil explicar.
O fato é, só me dei conta disso quando eu consegui mudar o foco do meu sonho. Eu não me lembro muito bem, só sei que estava conversando com meu antigo professor de matemática. E ele me soltava a seguinte pergunta:
- Se quer fazer faculdade, pelo menos sabe fatoração?
Não foi bem “fatoração” que ele disse. Foi algo mais difícil, só que não lembro agora. Só sei que a vergonha foi tanta de dizer que eu não lembrava, que desejei que eu saísse dali. E bem... Aconteceu! É como se a câmera tivesse pulado para outro ponto da história. E ao perceber que conseguia manipular o sono, continuei fazendo esses saltos um monte de vezes. Como se estivesse escolhendo a situação que eu queria viver.
Enfim... foi MUITO estranho!
Isso já tinha acontecido comigo de outra forma. Sempre quando acontecia algo que eu não gostava do sonho, eu simplesmente desejava que aquilo acabasse e eu acordava, aliviado.
Exemplo: eu sonhei que meu irmão tinha morrido e que a nossa família vivia uma dor intensa. E a angústia que vivia era tamanha, que desejei que aquilo fosse irreal e bem... eu acordei.
Nunca estranhei isso. Mas hoje, quando passei a controlar o sono, foi uma coisa nova para mim. Eu, pessoalmente, não acreditava que isso pudesse acontecer. Tanto que tinha um amigo da minha família que se dizia poder controlar os seus sonhos. Ele dizia que ele voava feito as personagens do Dragon Ball Z e que viajava para onde quisesse ir. É... acho que ele sempre sonhou ser um sayajin, só pode.
Eu sei que nunca postei coisas desse tipo no blog, mas achei que devia compartilhar.
Afinal, você já teve alguma experiência estranho com sonhos também?
O engraçado é que coisas desse tipo, só acontecem comigo quando eu sou acordado e voltou a dormir, aí sim eu tenho Sonhos Lúcidos.
Enfim, essa foi minha pequena experiência com Sonhos Lúcidos.
Para mais informações sobre o Sonho Lúcido, visitar o Wikipédia-sensei!
Até mais e bons sonhos para vocês.
Que Assim Seja.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Haja Novidades!


Olá, meus queridos leitores.
Venho trazendo novidades, pois como vocês já devem ter notado, há uma barra de links no cabeçalho do blog. SIM! Ela foi colocada ali justamente para facilitar a leitura dos meus textos.
No menu Originais, você encontrará as estórias que eu estou escrevendo. As quais não são muitas. Lá estará listado os capítulos.
Já o menu Contos, é para você que quer ter uma leitura rápida, algo de uma capítulo. Lá vai está listado os contos que existem no blog.
E no menu Poesias, você encontrará textos cheios de versos e rimas. Pretendo aumentar o número de poesias futuramente, colocando as que eu já tenho salvas no computador.
E essa não é a única novidade. Como o Facebook é decerto a rede social mais usada hoje em dia, foi implantando no final das postagens o botão Curtir. Então você, meu querido leitor, meu amigo, que quer me ajudar a divulgar o blog e me deixar feliz para continuar escrever...


Pyong: Chantagem... -.-'


Kristain: Clique no botão Curtir quando você gostar de alguma postagem!


E findando as novidades...
Estou repostando (se é que essa palavra existe) o conto Terrara – Eu Não Vou me Casar. Um conto escrito no inicio do blog, escrito em três partes e postado aqui.
Agora trago ele em parte única, totalmente revisado e editado. 
O conto narra a pequena história de uma princesa que é obrigada a casar pela irmã mais velha e que surpreendente, QUASE consegue fugir dessa obrigação. Para quem gosta de uma dose de fantasia e comédia, recomendo a ler o conto, o qual segue logo abaixo:


Espero que tenham gostado das novidades tanto quanto eu.
Até a próxima e que assim seja!