terça-feira, 27 de setembro de 2011

[Resenha] O Anjo Vagabundo, de Lomont Filho



“O Anjo Vagabundo” é o primeiro romance do artista plástico Lomont Filho.

Trata de um jovem, que vive em um período pós-guerra. Ele é um exemplo de homem bom e espiritual, sempre se preocupando com os outros ao invés de si mesmo. Seu nome é Lucas. Depois da guerra começou a ter uns transtornos mentais, mas nada muito grave. Sua família é dona de uma fortuna e tem uma fábrica de estética e cosméticos.

 Lucas um dia é convidado para participar de umas das reuniões da fábrica. E lá, descobre que a empresa tem negócios ilegais, que afetavam principalmente a natureza. Ele, que é um defensor da vida, dá um discurso a todos os presentes na reunião. Seu irmão mais velho, Téo, convence o pai deles a mandar o irmão mais novo para um hospício, pois seus transtornos poderiam afetar os negócios da fábrica.

Ameaçado de ser internato, Lucas foge de casa e começa sua vida andarilha, aprendendo e ensinando os valores da vida, sempre de um jeito filosófico e espiritual de ver o mundo. Até que conhece Rebeca, a mulher que muda seu mundo por completo.

É um livro fantástico, com uma história simples, mas recheada de aprendizado. O autor trata tudo com uma visão filosófica e faz o leitor pensar. Para quem quer uma leitura gostosa e nacional, recomendo “O Anjo Vagabundo”.

E para findar, tive a oportunidade de pegar um exemplar da biblioteca da minha escola que veio com o autógrafo do autor, o qual colocou a seguinte frase:

“Nunca julgue ninguém. Julgar e culpar é a maneira mais incorreta e ridícula de demonstrar nossas fraquezas”

E assim, digo até logo.

Que Assim Seja!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

[Resenha] Rowan, O Guardião - Emily Rodda



“Rowan, O Guardião” é uma série de cinco de livros da autora Emily Rodda, a mesma autora que escreveu a série “Deltora Quest”. De início, eu não esperava muito do livro, afinal eu li os dos livros primeiros livros de Deltora Quest e não achei grande coisa, pois julgava faltar ação. Porém, aprendi a gostar da Emily Rodda, o público alvo dela são as crianças, afinal. Mas mesmo assim achei o primeiro volume de “Rowan, O Guardião” muito bom!

A Editora Fundamento, aqui no Brasil, mudou o título do livro um para “O Maior Teste de Coragem Está Começando” em vez de “Rowan de Rin”.

A história começa quando o rio da vila de Rin seca inesperadamente. Os Bukshas, criaturas que mais parecem uma mistura de vaca e ovelha, só bebem a água do rio, eles não podem beber a água do poço, senão ficam doentes. Os Bukshas são a vida da vila de Rin, pois eles ajudam a arar a terra, fornecem leite e lã. Com os Bukshas ameaçados de morrer de sede, a vila de Rin se ver forçada a fazer algo e decide montar um grupo para subir a Montanha, onde o rio nasce.

Rowan é o guardião dos Bukshas, um garoto que não é bom em nada. No entanto, quando ele vai visitar Sheba, a sábia da cidade, com uns dois habitantes de Rin. A sábia dá secretamente o mapa da Montanha para Rowan, o garoto que todo mundo julga fraco e medroso. É claro que ninguém quer que Rowan vá à viagem, mas o mapa da Montanha só se amostra quando está na mão dele, e o mapa nem pode ser copiado, quando tentam, a escorrega. Sendo assim, Rowan, o guardião dos Bukshas entra no grupo que subiram a Montanha.

Sheba, a sábia, tinha previsto desde o começo que “Sete corações” iriam subir a montanha, mas ela também havia tido que sete formas eles caíram em armadilhas. E assim começa a viagem do grupo rumo ao topo da montanha, aonde os antigos afirmam que há um poderoso dragão.

Um livro que realmente conseguiu me prender. Não é aquele livro que irá te arrancar suspiros com grandes batalhas e eventos surpreendentes, mas garanto que é um livro que irá te fazer arrepiar com os personagens muito bem trabalhados. Adorei imaginar cada um deles! E acho que foi os personagens, a simplicidade da missão e as constantes rimas de Sheba, que me prenderam tanto.

Contém apenas 120 páginas, não é um livro cansativo, narração e descrição rápida e direta, deixando tudo muito gostoso de ler. A aventura do livro termina nele mesmo e creio que no livro dois a vila de Rin será assolada por outros problemas, os quais com certeza vou ler.

Por isso, recomendo a leitura de “Rowan, O Guardião” com muito prazer!

Até o próximo livro e que assim seja!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

[Conto] A Formosa Cantora do Theatro da Paz




A Formosa Cantora do Theatro da Paz escrita por Edmilson Martins Neto
O que será transmitido aqui, realmente aconteceu. Só basta a você, acreditar ou não. Você pode achar que alguma coisa relatada aqui foi obra de algum truque muito bem feito, mas tenha discernimento para diferencia-las, pois se trata de um acontecimento do final do século XIX, no auge da Belle Époque.
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Em Belém do Pará, as coisas estavam agitadas, os homens e mulheres vestiam-se pomposamente, cartolas, casacas, vestidos cheios de adereços, tudo importado da França. Afinal, a moda era essa, vestir tudo que vinha de Paris. Não só na vestimenta, o povo realmente imitava os franceses em tudo, na hora de comer, na hora de se divertir, na hora de construir monumentos e não era exagero chamar Belém de Segunda Paris.
A capital do Pará se revolucionou tanto que em um piscar de olhos, era uma das mais conhecidas de todo Brasil. Mas é claro, quem mais usufruiu desses costumes foram os membros da elite. E quando falamos de pessoas ricas, decerto caracterizamos logo pessoas que tem um padrão de vida despreocupado com o financeiro e que vivem se divertindo. Deveras, é assim na maioria das vezes. E uma das mais famosas atrações em Belém eram os teatros, principalmente, o Theatro da Paz.
Formoso, era o adjetivo que mais usavam para se referir à construção. E foi neste formoso local, que se inicia o relato propriamente dito.
Apresentava-se uma jovem cantora de incomensurável beleza, soprano, aclamada pela crítica. Seus longos cabelos negros em contraste com seus olhos cor de mel eram invejados por muitas mulheres, quando seu rosto era estampado no jornal, os exemplares se esgotavam e quando sua voz aparecia no rádio, todos paravam para ouvir. Seu nome, Layla Martins, a dona da voz angelical.
E Jamil Correia, há de concordar com todos os elogios feitos a ela. Ele, um jovem jornalista, convidado diretamente pelos empresários da cantora para dar uma crítica agradabilíssima a ela, aceitou prontamente o convite. Não tinha, de forma alguma, o interesse de dar uma boa crítica para a tal, caso realmente não se agradasse da apresentação. Porém também, tinha toda certeza que não ia se decepcionar com a mesma, pois já a ouvira antes.
Na entrada do Theatro do Paz, o jornalista foi recebido calorosamente pelos empresários da cantora. Quando finalmente subiu os poucos degraus que dava para o teatro, com os portões ladeados por estátuas variadas, arrancou um suspiro lá e acolá de moças nas poltronas. Não era um rapaz de grande porte físico, mas seus cabelos loiros e olhos azuis já faziam as jovens imaginarem que seria um estrangeiro cheio de dinheiro. E receber os mais descarados flertes, já se tornara comum para ele, no entanto ainda não tinha se acostumada com os desdéns delas, quando ele anunciava que era um jornalista.
Jamil se dirigiu até as poltronas da frente, apesar de ter vindo duas ou três vezes no Theatro da Paz, ainda se admirava do tamanho e da elegante arquitetura do local. Mas logo foi arrancado desses pensamentos quando as cortinas se abriram e de lá saiu Layla.
Não demorou para que todos se calassem e comtemplassem a jovem em um exuberante vestido, que verdejava feito esmeralda recém-polida. A orquestra atrás da cantora se preparava, enquanto o maestro já agitava sua batuta preparando todos. E quando Layla e a orquestra começaram a entoar a primeira nota, o relógio de bolso de Jamil começou a soltar cliques ruidosamente. De forma abrupta, ele sacou seu relógio e apertou o botão em cima do mesmo, saindo do seu lugar e se retirando do teatro sem titubear, pois já recebia olhares de desaprovação.
Contudo, o relógio o estava avisando que devia tomar seu medicamento. Há semanas que sofria de enxaqueca por causa dos ruídos que a nova máquina impressora do jornal emitia e, não queria nem um pouco, que as dores voltassem.
Assim que o jornalista saiu do teatro, espantou-se. O hall de entrada estava vazio, nem os seguranças podiam ser vistos. Jamil caminhou de um lado para outro, procurando alguém, mas nada. Avistou uma mesinha que ficava perto das portas da entrada e em cima do móvel, estavam dois pedaços de borracha. O rapaz não estranhou de início, a indústria da borracha estava no seu ápice, afinal. Entretanto, aqueles dois pedaços de borracha tinham formatos estranhos, pareciam que foram feitos para tampar algo. Pelo tamanho singularmente pequeno, Jamil deduziu que serviam para tampar as narinas, mas após testar sua teoria com uma falha direta, percebeu que aquelas borrachas se adaptavam mesmo é aos ouvidos. E quando os colocou nas suas orelhas, não conseguiu escutar nada. Imaginou, portanto, que serviam para inibir o som proveniente das apresentações do teatro.
Mas quem em sã consciência não iria ter o desejo de ouvir a formosa Layla? O jornalista ficou tão absorto nessa questão, que voltou para dentro do teatro e até se esqueceu de tomar seu remédio e de tirar os tampões do ouvido. Só percebeu mesmo, quando viu a cantora mexendo os lábios e ele nada conseguindo entender. Estava prestes a tirar os tampões de borracha, quando de repente notou o que acontecia a sua volta. Os espectadores faziam expressões estúpidas, alguns homens até babam, enquanto as mulheres estavam com os olhos entreabertos, balançando a cabeça de um lado para o outro, como se fossem cair de sono a qualquer momento. Eram como se estivessem vendo uma apresentação enfadonha.
Aquilo surpreendeu Jamil, ele ficou sem pasmo. Começou a fitar tudo ao redor para ver se todos estavam assim, mas os seguranças, os quais vigiavam as poltronas, estavam lúcidos e claramente, usavam tampões de borracha.
Layla parou de cantar, seu semblante se tornou sério e seu olhar perverso. Ela estalou os dedos e a orquestra cessou, a cantora jogou seu cabelo para trás e se retirou do palco, os seguranças apressadamente investiram contra os espectadores débeis e começaram a roubar-lhes, furtavam carteiras, relógios de bolso de puro ouro, pulseiras e colares das mulheres, entre várias coisas.  O jornalista engoliu seco e escondeu-se atrás de uma das colunas do local, enquanto via os demais serem saqueados.
Tão rápido como os seguranças se transformaram em ladrões, o roubo parou. O maestro agitou a batuta, a orquestra deu uma longa nota final e as cortinas se fecharam. Todos os espectadores estavam estarrecidos, mas em uníssono começaram a bater palmas e mais palmas, como se tivessem acabado de presenciar a apresentação mais maravilhosa de suas vidas.
Jamil saiu em disparada dali de trás da coluna, foi em direção ao hall com as mãos entre a cabeça e com os olhos arregalados. Aquilo tudo era utópico, surreal. Ele não parava de se perguntar o que fora aquilo. Hipnose? Magia? Bruxaria? Macumba? Seja lá o que fosse, era horrendo e desumano. O rapaz tremia só de relembrar o que acontecera.
Todavia, a adrenalina do jornalismo começou a correr em suas veias. Ele viera só para fazer uma crítica, mas agora tinha uma matéria de primeira página. Um crime a desvendar e noticiar, isso o deixaria decerto famoso e não teria mais ter que ouvir os desdéns das moçoilas que sempre o desprezavam. Além do que, ele ainda ajudaria as pessoas que foram roubadas e que não perceberam isso no teatro.
Sucedeu que, ele foi de encontro à Layla. Sem dúvida ela tinha grande envolvimento nisso tudo, a tal é que parecia ter bestificado os espectadores. E quando o jovem jornalista tirou seus tampões de ouvido e irrompeu o camarim de Layla, ela se viu chocada, ainda estava só tirando a maquiagem dos seus tênues lábios, ainda bem que não tivera se despido.
- Monsiuer? – ela começou docemente, querendo saber de quem se tratava.
- Jamil. Jamil Correira. – ele respondeu, direto.
- Monsiuer Jamil! O jornalista que veio fazer uma nova crítica. Fui informada da sua presença. O que achou da apresentação?
- Mademoseille Layla realmente tem o dom do canto.
- Oh! Obrigada. Ainda não me acostumei a ser alvo de elogios tão glamorosos.
- Entendo, mas queira me desculpar por minha entrada repentina.
- Estás perdoado. – ela sorriu meigamente.
- Gostaria de saber como aprendeu a cantar tão bem? Parece até mágico!
Ela se deteve em responder, porém tornou a falar com o mesmo sorriso de antes:
- Sim, sim. Grande comparação. Parece até mágico mesmo. – ela riu, constrangida. – Afinal a música é uma linda magia e persuasiva magia para os humanos. – ele lhe desferiu um olhar atônito e ela logo se corrigiu: - Digo, para nós, humanos. Desculpe, é que sou tantas vezes comparada com um anjo, que às vezes até acredito e esqueço que sou uma mera humana.
- Entendo, entendo. – ela sorriu, cínico. Era evidente que ela escondia algo, por isso continuou firme: - Sua canção tem é tão maravilhosa, tão mágica, que cheguei a pensar que estava outro mundo, me senti tão bobo e fraco, que acho que qualquer um poderia ter me roubado e eu sequer perceberia.
- Não creio que seja para tanto. – a cantora franziu a testa, apreensiva.
Jamil estudou seu jeito e observou cada pormenor do camarim da cantora até notar um grosso livro sobre uma cadeira no canto da sala. O livro estava debaixo de um vestido vermelho-vivo e pouco podia ser visto, contudo, as páginas evidentemente amareladas e a capa negra e desgastada, chamou a atenção do jornalista.
Quando a cantora percebeu para onde o homem olhava, tirou seu vestido da cadeira e puxou o livro junto, mas não o agarrou direito e o livro desabou no chão, sendo pego por Jamil, que logo examinou sua capa.
- Com licença! – Layla puxou o livro negro de sua mão o deixando ler apenas parte uma palavra:
- “Brux...”? Qual o título do livro?
- Isso não lhe diz respeito. – a cantora se tornou áspera ao abraçar o livro com força.
- Sinto muito, embora eu esteja curiosíssimo de saber do que se trata.
- É uma fantasia de bruxas, nada mais. Apenas algo para passar meu tempo.
“Bruxaria”, pensou Jamil, “Então é isso, ela é uma bruxa” Apesar das poucas pistas que tinha, as quais levavam ele crer que ela era uma bruxa lindíssima com uma voz sem igual, o rapaz não podia crer que estava imaginando isso, nem podia acusá-lo de tão absurdo que isso era. Porém, resolveu parar de enrolar, era tudo ou nada, afinal.
- De algum modo você hipnotizou todos os espectadores e eles ficaram tão idiotas, que os seus seguranças roubaram todos com grande facilidade.
- Não sei do que está falando. – ela se mostrou ofendida.
- Não minta para mim. Eu vi tudo, Layla!
- Mas... Mas... Mas eu... Uma moça tão formosa? – ela abriu um sorriso malévolo. – Eu? Uma mulher idolatrada por centenas de pessoas? Não me acuse desse jeito, Monsieur Jamil. Pode se sair ferido.
- Ameaça! Mais um crime a acrescentar no seu boletim de ocorrência.
- Você é um homem muito entendido, Monsiuer Jamil. – ela abriu seu livro, com o sorriso ainda mais malicioso. – Mas me diga, é crime usar bruxaria?
- Hã?!
Ela riu.
- É crime usar magia negra?
De repente a aba do vestido da cantora inflamou. O fogo começou a se espalhar por sua vestimenta, as labaredas tinham um tom esverdeado sinistro e envolviam a cantora como se fossem serpentes vivas. Layla lambeu seus lábios e silvou feito uma cobra, seus olhos se tornaram fendidos como de uma serpente e sua língua se partiu, tornando-se instantaneamente bifurcada como se fosse a coisa mais natural do mundo. Ela riu e sua pele ganhou o aspecto escamoso, as chamas incendiaram seu cabelo e em uma fração de segundos suas madeixas viraram cobras vivas e verdes, como a da Medusa.
Jamil recuou, apavorado, agarrando um vidro de perfume na prateleira do camarim, enquanto Layla continuava com sua metamorfose. Não demorou muito para a cantora virar uma verdadeira bruxa com suas feições carrancudas e odiosas. Na verdade, agora ela mais parecia uma mulher serpente em chamas.
- O quê foi? – perguntou a bruxa com uma voz reptiliana. – Não continuou bela?
- Se com bela você quer dizer mulher-cobra-horrorosa-pegando-fogo-feito-o-capeta, sim, você está bela!
Layla avançou contra o jornalista com as cobras de sua cabeça silvando, famintas. Ele, por sua vez, atirou o vidro de perfume contra a cara dela e o líquido inflamou, a cegando por alguns segundos. Segundos que foram suficientes para ele fugir pelo corredor.
Ele corria como se estivesse em uma maratona, mas logo ouviu silvos raivosos seguidos dos palavrões mais feios vindos de trás dele. Virou só para ter certeza que se tratava de Layla e arrependeu-se. O vestido da cantora já estava todo queimado e bruxa vinha, literalmente, rastejando na sua direção. Suas pernas haviam se transformado em uma longa cauda reptiliana e agora, sem qualquer dúvida, era uma mulher-cobra.
Jamil se atirou dentro de outro camarim ali no corredor e começou a olhar para todos os lados, procurando alguma coisa que servisse para ferir aquela bruxa. Mas estava com tanto medo que mal conseguiu prestar atenção em alguma coisa, só percebeu um cabide de metal e o pegou, julgando ser sua melhor opção. Escondeu-se no lado da porta, já com sua arma em mãos e quando Layla irrompeu o camarim, sibilando furiosa, ele enfiou o cabide na sua cauda com força, a prensando contra o chão. Ela esbravejou de dor e raiva, porém virou-se a tempo de ver o rapaz prestes a fugir e o atacou com as garras, rasgando suas casaca e posteriormente, suas costas.
O rapaz urrou de dor e foi se arrastando pelo corredor, quase chorando de agonia. Suas costas não foram completamente dilaceradas graças à sua grossa casaca, mas as feridas que ganhara lhe causavam uma dor horrível, pareciam estar pegando fogo de tanta ardência.
Ele foi engatinhando o mais rápido que pode, ao ouvir o som do metal quebrando atrás dele, com certeza a mulher-cobra estava solta e já estava no seu encalço.
Jamil engoliu seco, queria viver, não só pra contar essa história extraordinariamente sinistra, mas também para casar e pelo menos perder sua virgindade, e até quem sabe, ter um filho. Ele riu de si mesmo, estava tendo pensamentos um tanto que fúteis para os últimos momentos de sua vida, mas fazer o quê? Era realmente tudo que ele mais queria.
No entanto lhe ocorreu que vira o misterioso livro negro da bruxa cair no chão quando ele jogou o vidro de perfume na cara dela, o tal livro decerto era a fonte de seus poderes, pois quando Layla o abriu, se transformou. Ele decidiu destruí-lo e viu que o camarim da cantora pegava fogo e emitia fumaça, poderia queimar o livro e assim ficaria vivo e livre de uma bruxa, ou se preferir, uma mulher-cobra.
Com toda a adrenalina do grande jornalista que ele era, se colocou de pé e disparou para o camarim da cantora. Ouviu Layla já atrás dele e adentrou o recinto, metade do camarim estava em chamas, roupas, prateleiras, tudo estava incendiado. Jamil notou o livro no chão, aberto e brilhando, e quando o segurou, Layla apareceu na porta e investiu contra o pobre jornalista, o qual ameaçou jogar o livro no fogo. A bruxa recuou abruptamente. Jamil soltou um sorriso fraco, mas vitorioso.
- Não faça isso... – ela pediu assustada. – Por favor...
- Um monstro pedindo, por favor. – ele se surpreendeu. – Realmente tocante.
- Eu lhe imploro. – Layla voltava lentamente a forma humana. – Pense no que poderia fazer com esse livro, você poderia me controlar, poderia ser meu sócio nos roubos,  eu controlo todos os seguranças e toda orquestra, eu os hipnotizei, não tem problemas se sermos descobertos. – ela já estava completamente humana. - Poderia ficar riquíssimo comigo, junte-se a mim.
Jamil hesitou por um segundo, todo mundo quer um bom dinheiro, querendo ou não isso abre grandes oportunidades no mundo capitalista. No entanto saber que subiria na vida roubando, e ainda por cima com uma bruxa, não era muito animador.
- Não! Obrigado! Au revoir! - ele atirou o livro no fogo sem pensar duas vezes.
Assim que o fogo envolveu o livro, ele eclodiu um clarão verde musgo. O estrondo da explosão foi forte. Jamil voou para fora do camarim. Layla gritava, sendo novamente envolvida pelo fogo verde, que dessa vez a queimava seriamente. O jornalista nem pensou duas vezes e foi embora do Theatro da Paz o mais rápido que pode.
Os seguranças no hall estavam atordoados, como se tivessem acabado de acordar de um transe e realmente tinham, pois a influência da magia de Layla se fora. E quando eles viram o fogo aumentando para o corredor do teatro, logo chamaram o corpo de bombeiros, o qual apareceu sem demora, já que se tratava do Theatro da Paz, um patrimônio artístico e histórico nacional.
Jamil já estava do lado de fora do teatro, via o corpo de bombeiro agir rapidamente e sorriu, sorriu feliz, pois ia ter a chance de casar e enfiar fazer uma família. Mas sorriu mais feliz mesmo, pois tinha uma grande matéria na mão. Provavelmente o chamariam de louco, afirmando que Layla teria morrido em um incêndio imprevisto, porém, ele iria tentar mesmo assim.
E assim correu para o hospital, para tratar de suas feridas, afirmando que tinha sido acometido por ladrões muito violentos e enquanto as enfermeiras cuidavam se duas costas, ele já escrevia sua nova e extraordinária matéria sobre a bruxa Layla, sua transformação, o livro de bruxaria e tudo mais que se lembrava.
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Fictício, não? Porém todos os documentos achados por mim tornam a história verídica. Sua escola ensinou que o Theatro da Paz pegou fogo? Imagino que não. Pois é politicamente incorreto dar ênfase em assuntos escandalosos e pouco racionais como esse.
Entretanto, você deve estar se perguntando se Jamil Correia não foi só mais um jornalista querendo ganhar fama ao criar uma história dessas. É possível, francamente, eu não sei ao certo. Mas lhe deixo com o benefício da dúvida.
Você acredita ou não em magia?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

[Resenha] O Herói Perdido, de Rick Riordan


O Herói Perdido, primeiro livro da série Os Hérois do Olimpo, é praticamente uma continuação de Percy Jackson e Os Olimpianos, mas com novos personagens e, incrivelmente, narrado em terceira pessoa. Eu me espantei porque Rick Riordan escreveu toda a série do Percy e mais As Crônicas de Kane em primeira pessoa e quando de repente me deparo com sua narração mudada, eu realmente fiquei espantado, achei até que não serei tão divertido, mas me enganei. Rick Riordan continua com seu bom humor esplêndido.

A história começa com Jason, um garoto que acorda sentado em um ônibus, de mãos dadas com uma linda garota que diz ser sua namorada e com um garoto elétrico que afirma ser seu melhor amigo. Isso tudo seria normal, se ele não tivesse perdido a memória.

Jason prossegue seu passeio escolar tentando assimilar tudo, Piper, sua namorada e Leo, seu melhor amigo. Apesar de vasculhar suas lembranças, sem sucesso algum, ele ainda é atacado por espíritos da tempestade, monstros feito de vento e eletricidade. Mas isso não é tudo, pois ainda aparece um homem metade bode para salvar eles.

Depois disso Jason, Piper e Leo são arrebatados por cavalos voadores para um lugar chamado Acampamento Meio-Sangue, onde descobrem que são filhos de deuses. E que como se não bastante todas as coisas estranhas até ali, eles ainda recebem a missão de salvar o mundo.

Eu resumi os dois primeiros capítulos, não posso falar muito para não estragar a diversão. Mas dessa vez o Olimpo têm os Gigantes como seus inimigos, e os semideuses são parte importante dessa guerra. Afinal a Grande Profecia foi dada no final da série Percy Jackson e Os Olimpianos:

Sete meio-sangues responderão ao chamado.
Em tempestade ou fogo o mundo terá acabado.
Um juramento a manter com um alento final,
E inimigos com armas às portas da Morte afinal.

É um livro difícil de largar, eu não parei até ler o final. Rick Riordan começou a série com grandes mistérios. Eu adoro o jeito que ele descreve os deuses no mundo de hoje, acho muito divertido.

A narração é em terceira pessoa, mas muda o foco do personagem a cada dois capítulos. Sempre seguindo a sequência Jason, Piper e Leo.

O livro no Brasil é distribuído pela Editora Intrínseca, contém 440 páginas, 56 capítulos e alguns errinhos no livro, afinal é a primeira edição, provavelmente na próxima não tenha mais.

É um livro que recomendo. Para quem adorou Percy Jackson e Os Olimpianos, e está com saudades do Acampamento Meio-Sangue, dos deuses e tudo mais, O Herói Perdido traz de volta toda essa magia.

Enfim, mais um incrível livro resenhado. Até a próxima e que assim seja!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

[Resenha] A Pirâmide Vermelha, de Rick Riordan



Rick Riordan - o autor da aclamada série Percy Jackson e os olimpianos – teve uma nova série estreada no final do ano passado aqui no brasil, As Crônicas dos Kane. O Livro Um da série é A Pirâmide Vermelha.

O livro conta a história de Carter e Sadie Kane, dois irmãos que vivem separados. Carter vive com seu pai e Sadie com seus avós. O pai deles é o mundialmente famoso arqueólogo Julius Kane, que vive viajando pelo mundo pelos mais diversos museus e cidades com seu filho. Eles só visitam Sadie duas vezes por ano e foi em uma dessas visitas que Julius resolve levar os filhos a mais um museu.

O que era para ser mais um passeio chato com o pai, acabou se tornando algo extraordinariamente perigoso. Julius, empunhando uma cajado e uma varinha egípcia, invoca cinco antes aprisionados a muito tempo. Ele só queria libertar um deles, mas ao se espantar com seus filhos, sua descontração lhe levou a ruína. Os cinco deuses foram liberados e o mais perigoso deles, Set, o Lorde Vermelho, o qual raptou Julius.

E assim começa a perigosa aventura dos irmãos Kane, aonde descobrirão que possuem o sangue dos antigos faraós, aonde entrarão na Casa da Vida, uma ordem milenar de magos que egípcios, que sobrevive até os dias de hoje. Enfrentarão deuses, usaram magia, tudo para resgatar o seu pai e quem sabe, salvar o mundo.

O livro se dispõe em 444 páginas, divididos em 41 capítulos. A cada dois capítulos o narrador muda, alternando sempre entre os dois irmãos Kane. Eles contam a história como se estivessem gravando um rádio e sempre um dos irmãos faz um comentário engraçado ou sarcástico na narração do outro, fazendo um texto bem divertido. Como sempre, Rick Riordan se utiliza da narração em primeira pessoa: Carter tem uma narração mais séria, enquanto Sadie tem uma narração mais extrovertida e bem cativante de se ler.

Não tem como eu não recomendar esse livro, pois sou fã do Rick Riordan e essa nova séria está sensacional. Ele soube usar a mitologia egípcia muito bem. Admito que no começo do livro, eu não estava gostando nem um pouco, mas conforme os capítulos foram passando, chegou um ponto que não conseguia mais soltar o livro até ler o clímax arrepiante do livro.

O segundo livro, O Trono de Fogo, está previsto para ser lançado mês que vem aqui no Brasil! E do jeito que estou ansioso para ler, creio que vou comprar no lançamento!

É isso, mas uma resenha concluída! Recomendo o livro mesmo!

Até! E que assim seja!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

[Resenha] Projeto Sunlight, de June Strong



Sinopse

"Jader, cidadão do Universo, membro dos Escrivães Celestiais, decidiu acompanhar e descrever a vida de um ser humano e suas reações ao meio ambiente maculado pelo pecado. Quem seria escolhido?
Jader optou pela pessoa que virasse a esquina de uma rua em determinada cidade, às 18 horas de uma tarde de outono. A escolha recai sobre uma jovem divorciada, cheia de mágoas e rancores com o que a vida lhe deu. Tudo pronto para uma história inesquecível.
‘Projeto Sunlight’ mostra que Deus nos ama e espera que nos volvamos para Ele. É um livro que você jamais esquecerá. Uma história que poderá mudar sua vida."

Resenha

É um livro que aborda a religião. No qual a aborda a história de uma jovem leiga religiosamente, que sofre com as dificuldades e infortúnios da vida. Ela nem sonhava na hipótese de entregar sua a vida a Deus, quando Sybil, sua nova vizinha, a convidou para elas estudarem a Bíblia.

A história trata desde como Meg, chamada de Sunlight por Jader, descobriu a verdade sobre Deus, até os tempos de provações, quando o Apocalipse se cumpre. E o que te faz grudar no livro é o jeito como Sunlight é, no começo era é totalmente sarcástica e irônica com a palavra de Deus, mas conforme seus estudos avançam, podemos ver o quanto ela muda, pois sua vida sofre reviravoltas grandiosas.

O livro é recheado de passagens bíblicas para os mais curiosos que querem botar tudo à prova. Um dos grandes assuntos tratados no livro é a observância do sábado e a perseguição que está por vir aos seguidores de Deus.

É um livro que realmente recomendo, o final me fez arrepiar completamente, o último capítulo por inteiro me fez tremer e realmente é um dos melhores livros religiosos que eu já li.

A narrativa é em forma de roteiro, tendo algumas partes em primeira pessoas, aonde Jader faz seus comentários sobre a vida de Sunlight. O livro contém 189 páginas e é distribuído pela Casa Publicadora Brasileira.

Está recomendado e resenhado!

Até a próxima e que assim seja!

sábado, 3 de setembro de 2011

[Resenha] Sangue Quente, de Isaac Marion




Sinopse

“R é um jovem vivendo uma crise existencial - ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a ‘vida’ de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa.

Resenha

Simplesmente perfeito! Há romances de humanos com vampiros, de humanos com lobisomens, etc. Mas um romance de uma humana com um zumbi, é a primeira vez que leio! Isso mesmo, um morto-vivo amando uma humana. Admito que não eu queria ler o livro no começo, não curto nem um poucos histórias de zumbis, tanto que o livro ficou uns dois dias à minha disposição e eu nem toquei nele. Mas lá estava eu sem nada para fazer na escola e comecei a ler essa obra.

Sangue Quente é narrado em primeira pessoa por R, o zumbi que quer algo mais além de comer cérebros de humanos e grunhir o dia todo. De fato, é um zumbi em uma crise existencial. Porém, logo depois de ele comer o cérebro do namorado da Julie, R tem umas visões da vida do rapaz e ganha uma pequena afeição pela namorada do garoto que ele matou, tanto que ele rapta Julie. Bem romântico, não?

A partir daí começa a história em si.

O livro é divido em três partes, chamadas de passos no livro. Primeiro Passo: Querer. Segundo Passo: Atacar. Terceiro Passo: Viver. Os capítulos do livro são divididos por fotos de órgãos humanos, nada mais adequado para uma história de zumbi.

Sinceramente, R é o primeiro zumbi que eu gosto. Ele chega a ter ser fofo, sempre repetindo para Julie: “Manter você... segura”. Para um zumbi, a narração do R chega a ser filosófica em algumas partes, talvez pelo fato dele ter bastante tempo para pensar. E isso que torna o livro impossível de largar, pois vemos como realmente é a vida de zumbi. Tudo bem, o autor viajou na maionese quando ele colocou a igreja zumbi, a escolha zumbi e o casamento zumbi. Mas fora isso, a história é incrível o enredo melhor ainda.

Os humanos vivem aglomerados no Estádio, onde transformaram o local em uma verdadeira favela murada à prova de zumbi. Enquanto os mortos-vivos vagam pelo aeroporto, aonde são regidos pelos Ossudos, zumbis que já perderam toda sua carne e são bem mais rápidos. E os zumbis Carnudos só perambulam pela cidade quando querem devorar algum vivo. Eu diria que realmente é um mundo pós-apocalíptico.

O autor
O autor Isaac Marion fez uma excelente literatura, mas tem certas horas da narração que você se perde. Pois ele faz uma narração em primeira pessoa do Perry, o namorado da Julie que R devora e de repente muda para o R  de novo e tem até partes que a narração fica em terceira pessoa. No começo isso pode parecer estranho e chato, mas conforme você lê, vai entendo os fatos.

O final é emocionante, não tem como você não torcer pelo R e a Julie. É um livro recomendo com todas as letras! Um livro que te prende e que te fascina, pois todos os personagens são muito bem feitos. A obra toda envolve a questão existencial, trata da morte e da vida, o que fazemos dela e se isso vai repercutir e servir para alguma coisa no futuro.

Vale dizer que o livro terá adaptação para o cinema. Os atores protagonistas já foram escolhidos. Teresa Palmer como Julie e Nicholas Hoult como R. Segue a fotos deles:


É isso, pessoal! Mais uma resenha finalizada! Até a próxima e que assim seja!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

[Resenha] Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil


Sinopse

“Existe um esquema tão repetido para contar a história do Brasil, que basta misturar chavões, mudar datas ou nomes, e pronto. Você já pode passar em qualquer prova de história na escola. Nesse livro, o jornalista Leandro Narloch prefere adotar uma postura diferente que vai além dos mocinhos e bandidos tão conhecidos. Ele mesmo, logo no prefácio, avisa ao leitor: ‘Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos’. É verdade: esse guia enfurecerá muitas pessoas. Porém, é também verdade que a história, assim, fica muito mais interessante e saborosa para quem a lê.”

Resenha

Se você gosta de história como eu, esse livro é para você! Uma aula de história sem precedentes, como nenhum dos seus professores irá ensinar.

O jornalista Lernardo Narloch levanta teses e as justifica devotamente, deixando qualquer cidadão comum de boca aberta. O livro diz que Zumbi tinha escravos, Santos Dumont não inventou o avião, que não foram os portugueses que mataram mais índios, mas sim os próprios índios e também afirma que Aleijadinho está mais para um personagem literário do que um escultor real.

Realmente é um livro que impacta, pois contradiz praticamente tudo que é ensinado na escola. Faz heróis nacionais como Santos Dumont, Carlos Prestes e Olga Benário, virarem vilões mascarados.

Em algumas partes do livro o autor recheia de citações históricas, isso é legal, mas eu creio que certos momentos ele podia ter enfatizado mais, deixando as citações apenas como complementos.

A narrativa é normal para um livro de historiografia, com parágrafos grandes, mas bem detalhados. Contém 320 páginas ao total, mas tirando a bibliografia e o índice, o livro em si deve ter por volta de 260, aproximadamente.

Pude ver a Guerra do Paraguai (ou Guerra da Tríplice Aliança) como nunca antes. Acho que foi a parte do livro que mais me animou, tanto que devorei rapidinho o capítulo desse assunto. 

A única coisa que realmente me impactou de um jeito desagradável foi quando o autor só faltou dizer que o Acre era um estorvo para o Brasil, não só o Acre, como o Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins etc. Tudo bem que quanto mais estados um país têm, mais gastos ele têm, no entanto, o autor foi arrogante nessa questão. Chegou a questionar se a vida dos brasileiros não seria melhor sem esses estados, afinal o Brasil seria mais rico. Aí eu fiquei revoltado! Foi como se o autor não desse a mínima para os sentimentos dos cidadãos desses estados. Afinal, eles são brasileiros também, não é?

Fora isso, é um livro que realmente recomendo, o qual nos narra a incrível e desconhecida história do Brasil.

Até a próxima! Que assim seja!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

[Resenha] Deltora Quest 1.2 - O Lago das Lágrimas



Sinopse

"Lief, Barda e sua rebelde companheira Jasmine saíram numa perigosa busca para encontrar as sete pedras preciosas roubadas do mágico Cinturão de Deltora. O topázio dourado já foi encontrado. Mas o reino de Deltora somente será libertado do poder do cruel Senhor das Sombras quando todas as pedras tiverem sido recolocadas no cinturão. Para encontrar a segunda pedra, os três heróis devem viajar pelas terras governadas pela monstruosa feiticeira Thaegan. A jornada está repleta de traições, trapaças e perigos e, no final, eles precisarão enfrentar o hediondo guardião do encantado 'Lago das Lágrimas'."

Resenha

A busca em Deltora continua! E admito, li o segundo livro de Deltora Quest mais rápido do que eu pensava.

O Livro 2: O Lago das Lágrimas, continua contando a história de Lief, Barda e Jasmine em busca das sete pedras mágicas para completar o Cinturão de Deltora. É claro, no primeiro livros ele haviam pegado o topázio dourado, a primeira pedra do Cinturão, que fortalece e clareia a mente. Mas é claro, a aventura tinha que continuar, eles precisavam da próxima pedra e resolveram que o próximo local a ser explorado é O Lago das Lágrimas. Jasmine não gosta nem um pouco da ideia, pois o Lago é território da macabra feiticeira Thaegan, mas mesmo assim prosseguem em direção ao lago.

A narrativa de Emily Rodda no começo do livro é bem rápida e direta. Há uma ponte por qual eles tem que atravessar, mas para isso enigmas devem ser decifrados. Diverti-me bastante nessa parte do livro, achei bem legal. No entanto, a aventura continua e no meio delas eles encontram um homenzinho azul, de olhos negros e cabelos ruivos, capturado pelos Guardas Cinzentos, os soldados do Senhor das Sombras. O homenzinho azul é um membro dos Ralad, uma raça conhecida em Deltora por sua arquitetura impecável.

Os três amigos salvam o pobre Ralad e fogem floresta adentro, sendo salvos por dois idosos que os acolhem calorosamente. Mas as aparências enganam e quando eles percebessem, estão fugindo de dois monstros gigantes, filhos de Thaegan, sobre um caminho de areia movediça.

E aqui, que realmente o grupo parte em direção ao Lago das Lágrimas, com mais um integrante, Manus, o Ralad.

É um livro rápido de se ler, do mesmo tamanho do seu antecessor. A narrativa é sempre rápida e direta, no entanto nesse livro se tornou meio previsível.

Estava conversando com meu amigo Tyras e eu comentei com o mesmo que Deltora Quest é um livro que se priva de ação e foca mais na aventura. Não há ação? Há! Mas não significamente. Por exemplo, acho que o Lief só desembainhou a espada deles umas quatro vezes desde o primeiro livro. E por conta disso que Deltora Quest é um tanto que infantil, admito que isso não é ruim, afinal esse é o público alvo da autora. O livro é divertido, é interessante, mas toda vez você ver um ar infantil.

Soldeen, o segundo guardião das pedras que eles enfrentam, o monstro gigante do lago que vocês podem ver na capa, é o guardião do rubi. Até que eu gostei do Soldeen, mas os amigos nem lutaram direito com ele, pois a feiticeira Thaegan apareceu. E advinha? Ela foi facilmente derrota! E por quem? Por Kree, o corvo de estimação da Jasmine! Tudo bem que a explicação da derrota dela é plausível, mas acho que a autora não precisava fazer tanto alarme da feiticeira, ela sempre foi tratada como monstruosa, poderosa e invencível no livro, mas sua derrota é de deixar qualquer um pasmo pela surpreendente e estranha reviravolta. Mesmo fato que ocorreu com o guardião da primeira pedra, o Gorl.

Novamente, de cinco estrelas, daria quatro para esse livro, por ser uma literatura interessante, que cumpre o papel de divertir, mas que só não recebe nota total, por causar das reviravoltas um tanto que forçadas.

É isso e até a próxima. Que assim seja!